Nascido em Sabinópolis, interior de Minas Gerais, Tino Fernandes tem uma longa e bonita experiência musical. Começou por lá mesmo, ainda criança já tocava percussão em blocos de rua, mais tarde na sua adolescência foi baterista em uma banda de baile onde tocou durante cinco anos, aprendendo as malícias da noite seus ritmos variados.
Começou também a estudar teoria musical com o maestro Marcio Aleixo, regente da banda São Sebastião da sua cidade, onde pegou gosto pelas marchas e os dobrados. Neste mesmo período começou a compor suas primeiras canções e poemas, valorizando a cultura forte existente no folclore de sua cidade.
Com sede de novos horizontes decidiu então se mudar para Belo Horizonte, para continuar sua caminhada em busca de seu sonho.
Começou a difundir suas idéias e a formar novos amigos na capital, músicos e poetas que lhe fora factível para trocas de experiências musicais. Nascera então seu primeiro projeto na capital, formar uma banda para ser a voz dos que não tem voz chamada, Kaboclozén, que contava com os músicos Cláudio Luiz (batera), Glayson Melo (baixo), Kéo Oliveira (guitarra), Ciano Batuk (percussão), Fabiano Camilo (percussão). Tino cantava e tocava violão.
Veio aí o “primeiro presente de Deus” conheceu informalmente o músico que passou a mudar sua vida, Felipe Fantoni, exímio baixista, instrumentista, arranjador cuidadoso e uma pessoa humana maravilhosa. ”Segundo presente” teve a honra de conhecer e tornar-se amigo de um dos seus ídolos, nada mais nada menos que Toninho Horta.
Dessa parceria com Felipe Fantoni, que produziu de forma ainda caseira seu primeiro disco demonstrativo com seis músicas de sua autoria, chamado “Catador de Ilusão”, que já de cara lhe rendera matéria no Estado de Minas e uma critica do respeitado jornalista, Jorge Fernando dos Santos.
O disco demonstrativo foi bem aceito na época por sua originalidade, um misto de poesia marginal, mpb, hip hop, rock e congado. De forma espontânea e tranqüila, resolveu lançar seu primeiro disco solo, intitulado Bambalauê, um disco com doze canções de sua autoria, produzido mais uma vez pelo seu grande amigo Felipe Fantoni. Nesse trabalho Tino e Felipe ousaram em lups, idéias e se desdobraram tocando os instrumentos e varando noites na confecção desse trabalho, quase todo artesanal, por ser mais um disco caseiro, buscou sonoridades eletrônicas fundidas com a música regional valorizando a poesia e a riqueza dos versos sólidos da obra do Tino.Um leve requinte das influências de um dos seus poetas preferido, Guimarães Rosa. Um disco recheado de arranjos e letras que remetem as influências do clube da esquina e a forma original e peculiar da música mineira. O CD é um belo exemplo de criatividade em que o compositor passeia por vários gêneros da música nacional com autonomia e personalidade. Mais uma vez o trabalho lhe rendeu outra critica do jornal Estado de Minas, na coluna dos discos independentes do então respeitado jornalista e escritor Kiko Ferreira.
Tino não parou por ai, convidado por Marina Gomes passou a integrar a banda Samba Da Silva, e mergulhou de cabeça junto com Alexandre Rezende (voz e violão), Fábio miudinho (cavaco), Marina Gomes (voz e pandeiro), Tino (surdo e efeitos). No Samba Da Silva, tocaram em vários eventos, boates, festas da cidade e interior de Minas. Recentemente abriram o show de um grande músico nacional Pedro Luiz e a Parede, registrado e transmitido pela TV Rede Minas. Nesse período de dois anos de Samba Da Silva, Tino conheceu, tornou-se amigo e passou a tocar com grandes músicos da cena popular de Belo Horizonte: Dé Lucas, Fábio Martins, Lamartine sete cordas, Delegado, Janaína Moreno, Michelle Andreazzi, Luiz Martins, Serginho BH, Bobô da cuíca, Mestre Jonas, Disa Franco, Arthur Carvalho, Serginho Divina Luz e outros...
Atualmente está em fase de gravação do seu segundo disco autoral. Nesse trabalho retoma ainda mais suas raízes e faz um disco dedicado ao samba, estreando suas novas parcerias. O disco mais uma vez é um grande motivo de orgulho e prazer revelado pelo artista em dividir suas experiências com um nome já consagrado da cena musical de Belo Horizonte, quiçá nacional, além disso, aprendizado mutuo em trabalhar com seu sempre parceiro e irmão Felipe Fantoni.
O disco que já nasceu abençoado pelas forças divinas, no nome só por si, evoca todas as vibrações afro-decentes do universo do artista, Sol de Luanda.Que vai surpreender não só o mercado mineiro. Além das músicas em parceria com Mestre Jonas, Dé Lucas, Heleno Augusto, Marina Gomes, está prevista participações com vários artistas do samba, choro, jazz e ídolos desse tão simples e cuidadoso artista que é Tino Fernandes...
Paralelamente com seu tão esperado disco, o incansável trabalhador, vem presentear seu público, seus amigos, sua família e aqueles que ainda não o conhece de perto. O mais recente trabalho “um filho com a missão de espalhar pelo mundo a humildade a igualdade e a paz, pregada na palavra do Senhor”. O livro, Além dos Olhos Alheios, que retrata os seus sentimentos poéticos, sua visão de uma poesia marginal sem rótulos, livre de preocupação conceitual, escrita carinhosamente com o intuito de cumprir o dever social e tentar levar amor, carinho, perseverança, auto estima, confiança, realidade e sonho, as pessoas mais simples e humildes desse nosso imenso País “... essa quantia que dou de mim nesse momento, é o meu máximo, mas eu ainda não me conheço o bastante”.
Tino Fernandes.
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